Para ser sincero, os primeiros trailers do game me deram a sensação de que o jogo seria mais próximo ao Fist of the North Star: Ken’s Rage do que ao Bleach: Soul Ressurréccion. Explicando melhor, o primeiro é um jogo de movimentação mais "travada", enquanto o segundo é bastante fluido. No entanto, CdZ me surpreendeu exatamente pelo inverso, é um jogo muito rápido. Ainda assim os dois jogos oferecem experiências bastante distintas embora igualmente viciantes se você, como eu, é fã de ambas as séries e de jogos beat ‘em up.
Não é questão de ser melhor ou pior, pense Mortal Kombat e Street Fighter, é questão de estilo.
Indo mais além, ainda considero Bleach mais fluido que CdZ, embora CdZ tenha uma movimentação mais acelerada. A razão da maior fluidez de Bleach fica por conta da mecânica: O game prioriza a execução de combos onde manobras tal qual emendar uma sequência (string) de golpes comuns em um salto, uma string aérea e então finalizar com um golpe especial são condição essencial para você triunfar nas missões. Ao passo que em CdZ à medida que você atinge o endgame torna-se mais importante um repertório simplificado de manobras executadas com precisão e combinadas com as Habilidades certas.
Se você não entendeu essa última frase, não se preocupe, meu próximo post aqui no Geek Café irá abordar em detalhes várias dicas. Inclusive ensinando como eu, em menos de 20h de jogo, consegui me tornar o 1o lugar da PSN em quase todos os Percursos de Classificação Online, com ampla margem em alguns casos.
Voltando…
Para quem não sabe, Os Cavaleiros do Zodíaco foi um dos maiores fenômenos culturais da década de 90 e o principal responsável por tornar a cultura dos animes e mangás popular aqui no Brasil. Sim, eu fui parte da "Geração Cavaleiros do Zodíaco", vi o fenômeno nascer e, apesar de hoje assistir poucos animes e nem gostar tanto de CdZ, tenho grande respeito e carinho pelas memórias que essa série me traz. Lembro claramente dos desafios vivenciados pelos personagens e de como suas histórias de amizade, coragem e esperança inspiraram à mim mesmo durante uma fase difícil da minha infância.
O game Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário reconta a épica saga dos Cavaleiros de Bronze que, para salvar a deusa Atena, precisam atravessar as doze casas guardadas pelos Cavaleiros de Ouro, os mais fortes de todo o Santuário, e derrotar o Grande Mestre. A história se mantém fiel ao mangá, ou seja, quem acompanhou apenas pelo anime vai notar a ausência de personagens secundários como o Ágora de Lótus e Shiva de Pavão. Além disso, alguns diálogos e detalhes foram resumidos, mas o "grosso" da história está intacto.
Além da Saga das Doze Casas, há também algumas sagas extras que contam histórias paralelas ou anteriores à Batalha do Santuário. Entre essas sagas temos a fuga de Aiolos de Sagitário do Santuário (13 anos antes dos eventos relatados na série original) e o caminho de Ikki de Fênix rumo ao Salão do Grande Mestre para resgatar Seiya de Pégaso, entre várias outras.
O que mais gostei além dessa diversidade nas perspectivas da história foram os diálogos que ocorrem durante as batalhas, especialmente nos caminhos entre cada uma das doze casas. Neles há pequenos extras, como Hyoga de Cisne falando sobre Jacob e Shiryu revelando seus sentimentos por Shunrei. Há também conteúdo inédito, especialmente na saga de Aiolos, mas não vou contar aqui para não estragar a surpresa.
Os gráficos do game não são os melhores dessa geração, mas os efeitos de luz tanto nas armaduras quanto nos golpes especiais são fantásticos. Aliás, as armaduras de ouro nunca foram tão… douradas!
Em termos de conteúdo, o jogo é bastante robusto. Temos o modo História já citado e o modo Missão (subdividido em Desafio Solo, Desafio Co-Op e Sobrevivência). São dezenas de missões que variam em 7 níveis de dificuldade, sejam elas combates contra hordas de soldados do santuário ou combate direto contra um Cavaleiro.
No modo História os personagens são pré-selecionados conforme o enredo original, mas no modo Missão é possível escolher qualquer um dentre os 5 Cavaleiros de Bronze, as Amazonas de Prata Shina e Marin ou ainda 12 Cavaleiros de Ouro (sendo dois deles o Cavaleiro de Gêmeos, tanto na forma de Saga/Ares como na forma da armadura "possuída"). Há ainda personagens DLC que (espero) serão lançados nos próximos meses na PSN Brasileira. São eles Dohko de Libra (já disponível), Jabu de Unicórnio, Seiya de Odin, Kanon de Dragão-Marinho, Sorento de Sirene e Radamanthys de Wyvern. Para os que compraram o game cedo, o encarte traz um cupom com o código para baixar Seiya de Sagitário. Os personagens variam bastante entre si em termos de jogabilidade, mas não são equilibrados igualmente, o que de toda forma não deve afetar o fator diversão para quem não está preocupado com sua classificação online.
Escolha o seu personagem favorito e divirta-se!
Uma boa novidade desse game é o fato de ser um dos poucos títulos orientais traduzidos para PT-BR, aliás, não lembro de nenhum outro em memória recente.
Sobre isso tenho que dizer: A tradução não está ruim, mas não é a qualidade que espero de um game vendido a preço cheio. Aliás, não é a qualidade que espero da tradução de game nenhum, mesmo os mais baratos. É notável que houve muito cuidado com a tradução das dezenas de termos específicos, respeitando especialmente a tradução do mangá publicado no Brasil, e isso por si só merece aplausos. No entanto, o mesmo cuidado pareceu inexistente com as revisões gramaticais e de acentuação.
Há descrições de missões repetidas onde não deveria e Habilidades com descrições incorretas. Um exemplo é a Habilidade "Virada de Mesa" que diz que ao usar o Sétimo Sentido Real com a força em 100 ou menos ativa a Energia Big Bang, mas não existe um atributo força… O termo correto seria ‘Energia’ – o ‘Life’. Existem ainda problemas mais sutis, como falas de personagens mais formais (Camus de Aquário) sendo traduzidas na forma coloquial ou termos trocados (Armadura de Ouro/Cavaleiro de Ouro) o que acaba descaracterizando um pouco a experiência.
Eu entendo perfeitamente uma equipe de fansubbers voluntários cometendo esses erros, aliás, pago pau pra essa galera por fazer o trabalho que fazem sem ganhar nada em troca. Porém, não acho justo um jogo caro chegar às lojas sem ter sua tradução minimamente revisada.
No mais, Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário é só elogios. A jogabilidade é viciante, os personagens são variados e a história é a mesma que fez uma geração inteira de otakus brasileiros se emocionar.
Fonte: http://geekcafe.blog.br/index.php/2012/06/cavaleiros-do-zodiaco-batalha-do-santuario-ps3/
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